As mudanças que aconteceram em Pernambuco foram precedidas de movimentações políticas de aliados que estavam na base governista e que optaram pelos projetos da oposição. As mudanças mais abruptas foram as de Jarbas Vasconcelos em 1998, quando derrotou Miguel Arraes que tentava a reeleição, e de Eduardo Campos, que derrotou o então governador Mendonça Filho, que havia assumido com a renúncia de Jarbas e tentava a reeleição.
O desgaste de Arraes afugentou aliados, e naquele momento havia o contraponto do governo federal, que por conta da boa avaliação de Fernando Henrique Cardoso, ajudou a alavancar o projeto de Jarbas. Já na sucessão de Jarbas, a perda de aliados como Armando Monteiro, José Múcio, Severino Cavalcanti e Inocêncio Oliveira foi determinante para que a União por Pernambuco entrasse fragilizada naquela empreitada.
Fazendo um paralelo das duas mudanças políticas mais recentes no estado com 2022, o cenário acaba benéfico para a Frente Popular e deixa a oposição numa situação mais difícil, pois não há indícios de ruptura de nenhum quadro governista, não há um contraponto forte do governo federal em Pernambuco e o tamanho da oposição é muito pequeno em termos de prefeitos e deputados.
A oposição não dá indícios de atrair quadros governistas, e sinaliza dificuldade de apresentar uma chapa majoritária competitiva, uma vez que o cenário mais forte seria o lançamento de seus três principais prefeitos, Anderson Ferreira, Miguel Coelho e Raquel Lyra para governador, vice e senador, porém o indicativo de André Ferreira de que a oposição terá apenas um prefeito na disputa do próximo ano evidencia que os próprios gestores têm dúvidas quanto a competitividade da oposição, o que obrigará o grupo a desfalcar suas chapas proporcionais certamente com nomes que já teriam dificuldades de reeleição para seus respectivos cargos.
Punição – Em meio ao fato de alguns recifenses estarem recusando algumas marcas de vacina, a prefeitura do Recife decidiu punir os chamados “sommelier de vacina”, impossibilitando quem decidir escolher a marca se vacinar por dois meses. A punição vem em boa hora e pode servir de exemplo para pessoas que estejam atrasando a vacinação na cidade.
Demolição – O deputado estadual Wanderson Florêncio (PSC) defendeu a demolição do Edifício Holiday e indenização para os proprietários de apartamentos e boxes do prédio, que foi interditado por risco de desabamento pela prefeitura do Recife.
Prêmio – Foi aprovado nesta segunda-feira (5), em sessão ordinária remota na Câmara Municipal do Recife, o Projeto de Resolução nº 51/207, de autoria do vereador Rinaldo Junior (PSB), que cria no âmbito da Câmara, o Prêmio Artesão do Ano. A premiação visa reconhecer o segmento que contribui bastante com a cultura da cidade.
Vacinados – O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, vacinou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o Advogado Geral da União, André Mendonça, em Brasília contra a Covid-19. Eles dão o exemplo de que vacinas salvam vidas.
Inocente quer saber – Quando o presidente Jair Bolsonaro realizará sua vacinação contra a Covid-19 e dará exemplo aos brasileiros da necessidade de se imunizar contra a pandemia?
As provas estão em livro
Receoso de entrar no bombardeio, até pelo tremendo telhado de vidro, o ex-presidente Lula escalou o filho Lulinha, que catava cocô de elefante num zoológico em São Paulo antes de o pai chegar ao poder, para brigar judicialmente com o cantor Amado Batista, por este ter declarado no Frente a Frente que ele (Lula) é ladrão, e o filho igualmente.
Esses processos são, na verdade, peças que compõem o jogo da intimidação. Não dão em nada. Amado Batista, aliás, nem precisará se auxiliar de um advogado para preparar a sua defesa. Sugiro baixar na Internet o livro Sócio do Filho, do jornalista Marco Vitale. Nele, o autor mostra, com documentos e provas, como o herdeiro de Lula enriqueceu da noite para o dia. De tão contundente, a obra foi embargada e o jornalista até hoje está sendo perseguido.
O livro relata em detalhes inúmeros negócios escusos feitos pelo empresário Jonas Suassuna em parceria com os irmãos Kalil e Fernando Bittar, dono oficial do sítio em Atibaia, e Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente. O jornalista conta o que viu e ouviu durante sete anos em que trabalhou como diretor do grupo Gol. Embora homônima, a empresa responsável por prestar uma série de serviços superfaturados para governos e empresas privadas.
Não tem nenhuma relação com a companhia aérea. Ele diz que o chefe da quadrilha é Lula, pai de Lulinha. Segundo o autor, o livro prova parte da corrupção cometida durante a era petista, dos governos Lula e Dilma. Amparadas em notas fiscais, e-mails e cópias de contrato, as denúncias mostram que Lula foi o chefe da quadrilha que tinha Lulinha como sócio.
Se quiser ainda enriquecer ainda mais a sua defesa, Amado Batista clica no Google e pega todos os links com provas dos R$ 18 bilhões desviados na era petista, segundo a operação Lava Jato. Pode recorrer ainda ao ex-ministro Palloci. Saber dele de onde veio os R$ 100 milhões devolvidos no seu acordo para a delação premiada.
Elementar, meu caro Watson!
Homem-bomba – A Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 no Senado ganhou relevância nos últimos dias e deve drenar as atenções do Congresso novamente na semana que se inicia. Os senadores do colegiado devem ouvir na quarta-feira o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias. Dias foi acusado de cobrar propina de US$ 1 por dose em uma negociação suspeita para compra de vacinas da AstraZeneca contra a covid. A história tem lacunas. Foi contada por Luiz Paulo Dominghetti, cabo da PM de Minas Gerais que trabalhava como vendedor autônomo da Davati, multinacional que vende produtos farmacêuticos. Detalhe: a empresa venderia vacinas de um laboratório –AstraZeneca– que não usa intermediários e trata diretamente com o Governo.
Lula na liderança – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera as intenções de voto para presidente em 2022, enquanto o atual ocupante do cargo, Jair Bolsonaro, possui a maior taxa de rejeição entre os eleitores, segundo pesquisa divulgada, ontem, pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e pela MDA. Os dados mostram que, na pesquisa espontânea — em que não são apresentados nomes aos entrevistados —, os votos favoráveis a Lula somam 27,8% do total, enquanto aqueles favoráveis a Bolsonaro foram 21,6%. Em terceiro lugar aparece o ex-ministro Ciro Gomes, com 1,7%, e os indecisos somaram 38,9%.
Energias alternativas – O volume de energia gerada por grandes empresas para consumo próprio dobrou de 2009 para cá e deve dar novo salto com a pressão da sociedade em torno de uma agenda mais sustentável. Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram que a capacidade instalada dos chamados autoprodutores cresceu de 12.834 megawatts (MW), em 2009, para 25.314 MW, no ano passado. Essa escalada se deve ao avanço de térmicas, sobretudo daquelas movidas por biomassa. O potencial de geração do setor de açúcar e álcool, por exemplo, cresceu 181%, segundo a EPE.
CURTAS
REDUÇÃO DE IDADE – A Prefeitura do Recife anunciou a ampliação da vacinação contra Covid-19 para pessoas sem comorbidades a partir de 37 anos de idade. O agendamento desse novo grupo abriu ontem mesmo para que as pessoas recebam a vacina a partir de hoje. O município também anunciou que vai implementar um bloqueio para quem recusar marca de imunizante só poder reagendar dali a 60 dias, uma forma de evitar os “sommeliers” de vacina.
ATÉ SETEMBRO – A capital pernambucana vacinava, até então, pessoas a partir de 40 anos, além de outros grupos prioritários. A estimativa da Prefeitura do Recife é que o grupo de moradores entre 37 e 39 anos seja composto por 81 mil pessoas. “Se o Governo Federal mantiver o calendário [de entrega de vacinas], a gente consegue imunizar 100% da população adulta até setembro”, diz o prefeito João Campos (PSB).
Perguntar não ofende: Recife está sendo privilegiada ou não nas cotas de vacina pelo Estado?