MPPE diz que faltam indícios de crime em investigação contra Gusttavo Lima por lavagem de dinheiro de jogos ilegais


Cantor sertanejo foi indiciado com base em suspeitas sobre a venda de uma aeronave aos donos da empresa Vai de Bet. MP pediu novamente que o caso fosse encaminhado para a Justiça da Paraíba. Gusttavo Lima em imagem de arquivo Antonio Trivelin/g1 Em novo parecer encaminhado à Justiça nesta quinta-feira (10), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) disse que faltam indícios que demonstrem a prática de crimes no inquérito contra Gusttavo Lima, indiciado por lavagem de dinheiro proveniente de jogos ilegais no âmbito da Operação Integration. ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE O documento, ao qual o g1 teve acesso, foi remetido à juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife. A manifestação é assinada por cinco promotores de Justiça que fazem parte do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). Gusttavo Lima é investigado na operação por conta da venda de uma aeronave à empresa Esportes da Sorte, de Darwin Henrique da Silva Filho, e posteriormente negociar o mesmo avião com o casal José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques da Rocha, que são donos da Vai de Bet. Para o MP, faltam evidências de que houve lavagem de dinheiro na transação. “O fato da data da assinatura eletrônica do distrato não coincidir com a data digitada, além da circunstância dessa mesma aeronave ter sido vendida posteriormente, 7 (sete) meses depois, à empresa J. M. J. Participações Ltda., de propriedade de José André da Rocha – (...) não indicam ilegalidade configuradora de crime de lavagem de dinheiro”, diz o parecer do Ministério Público de Pernambuco. No documento, o MPPE diz que a própria polícia reconhece no inquérito que os valores de R$ 4,9 milhões e de R$ 4,8 milhões são provenientes da empresa HSF Entretenimento e Promoção de Eventos Eireli (Esportes da Sorte) e que a importância foi transferida como resultado da compra da Aeronave Cessna Aircraft, modelo 560XLS, matrícula PR-TEM. LEIA TAMBÉM Deolane Bezerra é presa em operação contra lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais Gusttavo Lima tem avião apreendido em operação contra esquema de jogos ilegais que prendeu Deolane Bezerra; cantor diz ter vendido aeronave Diz ainda que consta no inquérito a cópia do contrato de compra e venda do avião e também do distrato, além de cópias de balanço financeiro e extratos de movimentações bancárias que demonstram a restituição integral de valores recebidos pela empresa de Gusttavo Lima – a Balada Eventos e Produções Ltda. No parecer, os promotores afirmaram que os repasses envolvem apenas a empresa Vai de Bet, que é sediada na Paraíba, e não têm qualquer relação com a Esportes da Sorte, que atua em Pernambuco. Por isso, a promotoria defendeu que a juíza reconheça a incompetência da 12ª Vara Criminal da Justiça de Pernambuco para acompanhar e julgar o caso e encaminhe o processo para a Comarca de Campina Grande, no Agreste paraibano. O MPPE já havia recomendado que a parte do processo referente à Vai de Bet fosse encaminhada para o Judiciário da Paraíba, no dia 21 de setembro. Na ocasião, o Ministério Público também recomendou que fosse julgado em Campina Grande o envolvimento dos empresários Thiago Lima Rocha e Rayssa Ferreira Santana Rocha, donos da empresa Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos, operadora financeira também investigada pela Operação Integration e que teriam recebido valores da Esportes da Sorte "sem a demonstração da correlação entre essas transferências e os delitos investigados nos autos" Deolane Bezerra foi uma das pessoas presas na operação Integration, que investiga organização criminosa que atua com lavagem de dinheiro de jogos ilegais Confira abaixo a cronologia da Operação Integration: A operação foi deflagrada em 4 de setembro, com o cumprimento de mandados de prisão, incluindo os de Deolane e da mãe dela, Solange Bezerra, e de busca e apreensão em Pernambuco e nos estados da Paraíba, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás. No mesmo dia, o avião de Gusttavo Lima foi apreendido no aeroporto de Jundiaí, no interior paulista. O cantor estava na Grécia, para onde havia viajado em 1º de setembro na companhia de José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques da Rocha, casal de empresários donos da Vai de Bet, investigado na mesma operação. Em 9 de setembro, o Tribunal de Justiça de Pernambuco permitiu que Deolane fosse para prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. A influenciadora também foi proibida de se manifestar por meio de redes sociais, imprensa e outros meios de comunicação. No entanto, ao deixar a Colônia Penal Feminina do Recife, Deolane falou com a imprensa e com fãs que se aglomeravam no local. Em seguida, postou uma foto no Instagram em que aparece com a boca coberta por uma fita, com a inscrição de um "X" no meio. Em 10 de setembro, Deolane teve a prisão domiciliar revogada e voltou a ser presa. Em 15 de setembro, Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Em 23 de setembro, a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, decretou a prisão preventiva de Gusttavo Lima e do empresário dele, Bóris Maciel Padilha. Horas antes, entretanto, Gusttavo Lima havia deixado o Brasil em um voo privado que saiu de madrugada do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com destino a Miami, na Flórida (Estados Unidos). No mesmo dia, o Tribunal e Justiça de Pernambuco permitiu novamente que Deolane deixasse a prisão. Outros 17 investigados obtiveram habeas corpus na ocasião. No dia 24 de setembro, a ordem de prisão preventiva de Gusttavo Lima foi revogada pelo relator do caso, o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal do TJPE. O magistrado alegou que as justificativas dadas pela juíza para a ordem de prisão constituíam "meras ilações impróprias e considerações genéricas". VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias