Coluna do Domingão

Aliados de Raquel confiantes de que chegou a hora da virada. Será?

Chega a impressionar a euforia dos aliados da governadora Raquel Lyra,  após as agendas em território sertanejo nas últimas duas semanas.

Raquel esteve em “ambientes controlados”, em cidades com aliados no comando, como Sertânia,  Iguaracy,  Salgueiro e Santa Maria da Boa Vista. A exceção foi Serra Talhada,  gerida pela ex-aliada Márcia Conrado,  mas com o staff de Luciano Duque a recebendo com tapete vermelho.

Em todas as agendas,  Raquel foi ovacionada por uma penca de prefeitos, vereadores e aliados, no tradicional beija mão.  Esse ambiente está sendo enxergado por muitos aliados como o sinal de virada,  diante de um quadro extremamente desfavorável,  dadas as últimas pesquisas que apontam uma vantagem média de 40 pontos pró João Campos,  do PSB.

Considerando os institutos de maior credibilidade,  em junho, o Opinião deu João com 61,8% dos votos e Raquel 23,6%. Antes, em abril, o Real Time Big Data mostrou João Campos (PSB) com 67% e Raquel Lyra (PSD), com 22%. A Quaest,  de fevereiro,  mostrou 56% pra João e 28% para Raquel.

Há de se aguardar portanto, se essa euforia dos aliados vai ser traduzida numa melhora da percepção da sociedade no fim das contas.  É saber se na ponta, onde de fato o jogo se define,  Raquel tem reagido.

Outra questão importante é a de que aumentou o volume de anúncios pela gestora em todas as regiões. Aos poucos vai se revelando a estratégia de abrir as torneiras a pouco mais de um ano das eleições e impactar a intenção de votos.

A conclusão é de que, primeiro,  apesar do ânimo dos governistas, ainda há muita pedra a quebrar para gerar um sentimento de equilíbrio no processo.  Ainda, de que ter prefeitos aliados é importante,  dado o potencial de transferência,  mas que se de um lado os afagos e abraços são muito bonitos na foto, precisam arregaçar as mangas na defesa de Raquel quando ela não está na região.  É aí que muitos aliados tem faltado,  omitindo ou capitalizando sozinhos com a paternidade das ações.

Por fim, só as próximas pesquisas no segundo semestre e, principalmente,  no primeiro trimestre do próximo ano,  indicam se haverá ambiente de maior equilíbrio na disputa. Não é impossível,  mas para uma governadora com a caneta o cenário já deveria estar melhor. A virada tão cantada pelos aliados só vai ser construída com um esforço conjunto,  com um arregaçar de mangas conjunto, entregas e melhoria da percepção na ponta. Não é só no grito…

Prova dos 9

Um dos problemas de Raquel foi aferido recentemente por um importante instituto de pesquisa. Em uma importante cidade do interior,  gerida por aliado da governadora,  mais de 85% não identificam quais ações têm DNA do Estado. Conclusão: muitas ações são omitidas pelos gestores, que se apoderam da paternidade e não creditam a Raquel. Uma solução para quebrar essa omissão, além do puxão de orelha da Casa Civil,  é regionalizar a mídia institucional,  mostrando nas peças publicitárias o que fez o Estado por região.

Sem comentários 

A jornalista Juliana Lima quis tirar uma declaração de Raquel sobre a ação movida pela União Pelo Povo por abuso de poder econômico contra a chapa Sandrinho e Daniel Valadares. Raquel foi direta e disse não comentar ações na justiça. Caso prospere, a ação pode favorecer seus aliados, Danilo Simões e Edson Henrique.

Prato que se come frio…

O afago de Raquel Lyra a Luciano Duque em sua agenda na cidade de Sertânia não é por acaso. Lyra quer reforçar entregas para fortalecer o aliado, depois que Márcia Conrado definiu alinhamento com o partido e apoio a João Campos. O mundo é um moinho. Num passado não tão distante o entorno da governadora reverenciava Márcia e via Duque “de banda”.

Estranho no ninho

Na agenda de Raquel Lyra em Iguaracy, chamou a atenção a presença do socialista Luciano Torres, prefeito de Ingazeira. Pra quem estranhou, Torres diz que esteve pelo convite como representante do Cimpajeú. E reafirmou seu alinhamento com a eleição de João Campos.

2028 em 2028

A interlocutores,  o prefeito Sandrinho Palmeira tem dito que não vai antecipar qualquer debate sobre 2028. Primeiro,  foca na eleição de 2026, quando espera ver a eleição de João Campos.  Aposta que, com o socialista no governo,  terá um cenário favorável para apontar seu nome à sua sucessão. Hoje, estão cotados nomes como Daniel Valadares,  Arthur Amorim e Odilio Lopes.

Mensagem subliminar 

O vereador Mário Martins foi na própria rede do vereador Edson do Cosmético rebater sua argumentação de que não teria,  da mesma forma que acusou o colega, sido grosso com a parlamentar Lucineide do Sindicato,  ao chamá-la de “mentirosa” na sessão de 24 de julho. Primeiro,  Martins: “ao contrário de você eu sou honesto”. E seguiu com uma passagem bíblica: “Não esteja entre os que se comprometem e ficam por fiadores de vítimas,  pois,  se  você não tiver com que pagar, vão acabar lhe tirando até mesmo a cama em que costuma se deitar”. A aliados, Mário tem dito ter provas sobre o colega e estaria pronto para apresentá-las.

A praça 

O prefeito Fredson Brito anunciou a reforma da Praça do Riacho do Meio, em São José do Egito, uma ação aguardada a anos pela população do Distrito,  que reclamava a não execução no ciclo Evandro Valadares. “Nosso trabalho segue firme em Riacho do Meio. Vamos construir uma praça linda, aconchegante e cheia de vida. Um espaço pensado com carinho para as famílias, para os encontros e para celebrar a nossa gente. Riacho do Meio merece”, disse em sua rede social.

Múltiplos

Considerando as avaliações do Instituto Múltipla divulgadas na imprensa,  pelo blog e redes sociais, a maior aprovação aferida foi a de Zeca Cavalcanti (Arcoverde), com 89%, Fredson Brito (São José do Egito,  com 85,8%, Vinicius Marques (Belmonte), com 85%, Elton Martins (Águas Belas), com 75%, Sandrinho Palmeira (Afogados) com 70%, Pollyana Abreu (Sertânia), com 67% e Márcia Conrado (Serra Talhada), com 62%.

Liberdade,  liberdade

Em cidades polo do interior,  continua o debate sobre o papel determinante do rádio, como interlocutor da sociedade,  e não a serviço de governos,  sob hipótese alguma, assim como é condenável a posição crítica sem equilíbrio. O mesmo vale para os canais na Internet e redes sociais.  Mas, em pleno 2025, continuam surgindo notícias de assédio de gestores a emissoras exigindo linha editorial alinhada com o “governo que paga”, quando a publicidade institucional não é sinônimo de apoderamento editorial. Torcendo para que as rádios assediadas botem a boca no trombone. Que feio…

Frase da semana:

“Lula pode falar comigo quando quiser”.

Do presidente americano Donald Trump,  se colocando a disposição para uma conversa com o presidente Lula. O mundo quer saber como será essa conversa…

Nathalia Kuhl

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