Shopee avança no Brasil e acirra disputa com Mercado Livre, aponta Bradesco BBI


A divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25) da Sea Limited (SE, listada nos Estados Unidos) na terça-feira (12) trouxe novas informações sobre a operação da Shopee no Brasil e, segundo o Bradesco BBI, deixou claro de que a competição no comércio eletrônico nacional permanece intensa, sobretudo com o Mercado Livre (MELI34). A Sea é controladora da Shopee e fornece toda a estrutura necessária para que a plataforma funcione.
Na avaliação dos analistas, a Shopee mantém um ritmo forte de expansão, investindo na melhoria de sua rede logística e no avanço de seus serviços de tecnologia financeira (fintech). Mesmo assim, os dados também indicam que a competição com o Mercado Livre ganhou força.
O movimento se intensificou após a companhia argentina adotar, em junho, um valor mínimo para frete grátis, estratégia que pode ter ajudado o MELI34 a conquistar participação de mercado no curto prazo, ainda que a Shopee continue crescendo em velocidade elevada.
“Analisando a estrutura, as tendências mais recentes do Mercado Livre e da Shopee parecem reforçar nossa visão de que ambas as empresas estão liderando a penetração do varejo digital, e ainda há muito espaço a ser conquistado. A observação negativa, no entanto, é que esse modo de consolidação e crescimento acelerado deve ocorrer no curto prazo, como consequência de um pool de lucros menor/potencial compressão de margem para ambas”, dizem os analistas em relatório enviado ao mercado.
Durante a teleconferência, a Sea Limited disse que o número de compradores ativos mensais da Shopee no Brasil subiu mais de 30% em relação ao mesmo período de 2024. No caso do Mercado Livre, o avanço na América Latina foi de 25%. Para o Bradesco BBI, a diferença é pequena, considerando que as plataformas estão em fases distintas de maturidade.


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A empresa também manteve o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ajustado (Ebitda ajustado) positivo na região. Questionada sobre a concorrência, a gestão disse que o mercado brasileiro “tem crescido muito bem” mesmo após as mudanças no frete grátis do rival. A administração ponderou, no entanto, que a expansão pode ter perdido um pouco de fôlego na comparação com o trimestre anterior. Entre as prioridades, está elevar o valor médio por pedido, conhecido como ASP (Average Selling Price).
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No setor logístico, a Shopee registrou queda de 16% nos custos em relação ao ano anterior e reduziu em dois dias o prazo médio de entrega. Na região metropolitana de São Paulo, cerca de 25% dos pedidos já chegam no dia seguinte à compra, e aproximadamente 40% são entregues em dois dias, avanço expressivo frente ao patamar de um dígito observado no ano passado. A companhia pretende manter o foco em hubs logísticos, estrutura que demanda menor investimento em capital.
O Brasil também desponta como peça-chave para o crescimento da área financeira da Sea Limited. O número de usuários ativos das soluções digitais da empresa no país mais que dobrou em um ano. A companhia informou ter recebido aprovação inicial do Banco Central para obter uma licença que dará acesso a novas fontes de financiamento.
Outro projeto que está no radar é a assinatura premium, já testada na Indonésia. Nessa operação, o volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês para Gross Merchandise Value) de clientes vip aumentou 50% em relação ao trimestre anterior, com taxa de retenção 20% superior à média. Segundo o Bradesco BBI, o desempenho no mercado asiático aumenta a chance de o modelo ser lançado no Brasil ainda este ano.
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