Raízen com números difíceis: ação cai 12,5% após balanço e se aproxima dos “centavos”


As ações da Raízen (RAIZ4) desabaram mais de 10% na sessão desta quinta-feira (14), após a divulgação dos resultados. Os papéis caíram 12,50%, a R$ 1,05, aproximando-se da casa dos centavos; no ano, a queda é superior a 40%.
A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre da safra 2025/26, após registrar lucro de R$1,1 bilhão no mesmo período da safra anterior (2024/25), com impacto de deterioração no desempenho operacional do período.
A XP Investimentos ressaltou que a Raízen apresentou um trimestre desafiador, com um início difícil. Os resultados foram alinhados ao esperado pela casa, marcados por: (i) aumento da alavancagem devido à substituição de contratos com fornecedores por dívida, elevando a dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) para 4,5 vezes; (ii) ganhos de eficiência operacional que avaliamos como não recorrentes; (iii) condições climáticas adversas que reduziram os volumes de moagem e limitaram a diluição de custos; e (iv) perdas em estoques na Distribuição de Combustíveis no Brasil, agravadas por uma parada de manutenção mais longa do que o esperado na Argentina.
A empresa também continua avaliando proativamente, junto com seus acionistas controladores, a possibilidade de um aumento de capital, com as discussões ainda em estágio inicial.
“Olhando para frente, esperamos uma melhora na distribuição de combustíveis, enquanto a ESB pode enfrentar ventos contrários no açúcar, apesar dos ganhos no etanol — um cenário que pode pressionar a companhia a um aumento de capital necessário”, avalia a XP.
O Bradesco BBI avalia que o Ebitda ajustado de R$ 1,9 bilhão foi em linha com a projeção do banco, mas abaixo do consenso. Também observa que o trimestre foi muito mais limpo, sem a forte poluição da atividade comercial que abalou os resultados do 4T25. A divisão de Mobilidade foi o principal destaque, com margem de R$ 149/m³ –significativamente superior ao nível da Vibra/Ultrapar de R$ 115 a 118/m³, refletindo ganhos de eficiência e otimização dos níveis de estoque. O Ebitda de Açúcar e Renováveis totalizou R$ 862 milhões, em linha com o esperado, mas com queda de 27% em relação ao ano anterior, devido a volumes menores e menor diluição de custos.
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Ainda assim a dívida líquida aumentou acentuadamente, para R$ 49 bilhões, de R$ 34 bilhões no 4T25, após o forte consumo de caixa, relacionado principalmente ao encerramento da grande maioria das operações de financiamento a fornecedores.
“Após a publicação destes resultados, estamos revisando nossos modelos e introduzindo um novo preço-alvo para o ano de 2026 de R$ 2,00/RAIZ4 (contra R$ 2,80 para 2025). Nossas novas estimativas incorporam os níveis mais elevados de dívida líquida e os custos mais elevados, cujo efeito no EBTIDA foi parcialmente compensado por margens mais altas no segmento Mobilidade”, ressalta o BBI. Para o banco, o modo de recuperação foi ativado, mas a desalavancagem continua sendo um desafio.
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