Memória: arquivo resgata Mestre Bil e Orquestra no Carnaval de 98 na Pajeú

O arquivo foi gentilmente cedido por Rodrigo Pires, que criou a conta Passado e Presente Afogados,  resgatando um vídeo do sábado de Carnaval de 1998 na Rádio Pajeú.

A primeira imagem é de Marlene Brito na técnica.  A Pajeú tinha o formato de estúdio dividido entre o espaço do operador e a área do comunicador.  Foi assim dos anos 80, quando a Pajeú mudou para o centro, até a primeira reforma do no início dos anos 2000.

Marlene Brito atuou na Rádio Pajeú por vários anos, a maioria no ciclo do Diretor Rogério Oliveira. Foi por exemplo assistente de estúdio do Programa Anchieta Santos por anos na década de 90. No início dos anos 2000, ainda integrou o primeiro ciclo de gestão da Fundação Cultural Senhor Bom Jesus dos Remédios. Faleceu em 23 de novembro de 2019.

Nos estúdios a Orquestra Frevo de Rua, capitaneada por Severino Pereira,  o Mestre Bil, um dos grandes músicos da história da cidade. Na camisa,  a homenagem a Dinamérico Lopes e Luiz Gonzaga de Siqueira, o Luiz Guaxinim, dois dos nomes mais importantes da nossa música. Guaxinim havia falecido em dia 21 de julho de 1995. Já Dinamérico influenciou uma geração de músicos da cidade.

A Orquestra tinha além de Mestre Bil, Edvaldo Guedes, Carrinho de Lica,  Ederck,  Jesus, Jarbinhas,  Zezinho,  João e Edson. É possível ver o hoje vereador Cícero Miguel nos estúdios.

Outra curiosidade era a camisa da Rádio Pajeú,  que valorizava mais o prefixo,  ZYI 779, do que a sintonia AM 1500. Era gestão do professor Rogério Luiz de Oliveira, que destacava o prefixo, presente na Rádio Pajeú até 2019, quando ela migrou para FM. Só a Rádio Clube de Pernambuco,  com seu PRA-8 tinha um prefixo tão marcante.

Ainda nos estúdios,  Aldo Vidal, que à época,  como eu, tinha apenas sete anos de Rádio, e Tito Barbosa,  com mais estrada, levado ainda criança pelo pai, Abílio Barbosa,  à Rádio Pajeú, onde começou a praticar como operador.

Por fim, feliz em saber que a fala de introdução à apresentação fazia o mesmo de hoje: uma defesa do frevo, da cultura pernambucana e da importância de valorizar os artistas da terra. Importante saber que o tempo não me fez trair minhas convicções. Segue o baile!

Nathalia Kuhl

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