Idosa que superou câncer ao som de Hungria realiza sonho e conhece rapper no São João de Campina Grande: ‘Vim celebrar a vida’


Maria da Guia dos Santos, 65 anos, teve um câncer colorretal e durante o tratamento buscou refúgio nas músicas do rapper Hungria para vencer o câncer. No São João 2025 de Campina Grande ela pôde conhecer o artista. Idosa que superou câncer ao som de Hungria realiza sonho e conhece rapper no São João de Campina Grande Cláudia Santos/Arquivo pessoal A música é capaz de mudar vidas e ajuda pessoas a passar por momentos difíceis no decorrer da vida. E a música do rapper Hungria fez muita diferença na vida da paraibana Maria da Guia dos Santos, de 65 anos. Aposentada e moradora de Campina Grande, há dois anos ela teve um câncer colorretal e durante o procedimento de quimioterapia para vencer o câncer as músicas do rapper fizeram parte da história de superação dela. “Eu conheci [a música de Hungria] fazendo quimioterapia. Eu fazia quimioterapia, [via o] pessoal passando mal do meu lado, aí botei um fone de ouvido e fiquei procurando uma música, aí achei Hungria. Comecei a ver e me apaixonei”, disse Maria da Guia ao g1. Confira a programação do São João 2025 de Campina Grande Saiba tudo sobre as festas juninas na Paraíba São João 2025 na Rede Paraíba: cobertura tem programas, jornais e vários conteúdos especiais Segundo a aposentada, devido a agressividade do câncer, ela precisou amputar o reto e convive com uma bolsa de colostomia, que é um dispositivo utilizado para coletar fezes quando o trânsito intestinal é desviado através de uma abertura na parede abdominal. Idosa que superou câncer ao som de Hungria realiza sonho e conhece rapper no São João de Campina Grande Erickson Nogueira/g1 Maria da Guia venceu o câncer e teve a oportunidade, na noite desta quinta-feira (26), de conhecer o artista que a acompanhou, através da sonoridade dos fones de ouvido, durante a superação do câncer. Segundo ela, nunca tinha ido ao Parque do Povo, mas quando soube que Hungria estava na programação do São João 2025 de Campina Grande, pediu ajuda da filha, Cláudia Santos, 31 anos, para realizar esse sonho. “Tô aqui para conhecer o meu artista. Sou fã [dele] e vou ver ele daqui a pouco. Eu nunca tinha vindo no Parque do Povo, primeira vez e moro aqui. [Realizando] um sonho. Vim celebrar a vida, porque há dois anos eu quase morri, e hoje eu tô aqui, celebrando a vida. Estou viva!”, celebrou Maria da Guia. E ela conseguiu encontrar Hungria. No camarim, ela teve a possibilidade de tirar fotos e abraçar o artista que a acompanhou durante o momento mais difícil da vida. Em entrevista ao g1, Hungria comentou que ficou tocado com a história de superação de Maria da Guia, agradeceu a Deus pelo trabalho tocar e ajudar vidas e enfatizou que a música pode, sim, transformar vidas. “Isso é incrível! Essa mulher é uma guerreira, de uma história incrível. Chegou hoje duas pessoas muito especiais, passaram fases na vida que tinha a trilha sonora do Hungria alí por trás, fortalecendo, trazendo fé, motivação. Isso é algo que mexe muito comigo, quando essas pessoas saíram daqui eu fui para o banheiro, botei meu joelho no chão e agradeci. Fico muito feliz de poder fazer parte de uma história de vida que [a pessoa] estava numa situação, mas houve transformação. Acredito que a música é sinônimo de transformação. Se minha arte fizer diferença 1% na vida de alguém eu vou me sentir muito feliz”, disse Hungria ao g1. Presença do rap no São João A noite de quinta-feira (26) foi de mistura de ritmos no palco principal do Parque do Povo, no São João 2025 de Campina Grande. A festa, que tem por tradição ter o forró como “carro-chefe”, vem abrindo espaço para outros ritmos. Dessa vez, para o rap/trap. Matuê no São João 2025 de Campina Grande Erickson Nogueira/g1 Matuê abriu os trabalhos da noite com o rap. Em um Parque do Povo cheio, principalmente por jovens, ele trouxe diversas músicas que são sucesso de carreira, como “Máquina do Tempo”, “Vampiro” e “777-666”. Após o show, em entrevista ao g1, Matuê, que teve a segunda participação no São João de Campina Grande, percebeu que conquistou o público e se sentiu “abraçado” com o carinho da multidão que esteve presente no Parque do Povo. “Eu já estava empolgado para vir cantar, porque a primeira vez [2024] foi impressionante para a gente. Foi uma novidade, a primeira vez que a gente veio aqui não sabia muito bem o que esperar. Já tinha ouvido muito falar do evento, da proporção e tudo mais, mas evento de cultura regional, mais focado no forró, então a recepção [do público] a gente não esperava isso o que a gente recebeu, da primeira vez e da segunda. Ganhamos a rapaziada e pela reação deu para ver que o pessoal estava esperando nós. Foi muito carinho”, disse Matuê. Fã de Matuê acompanhada dos pais no São João 2025 de Campina Grande Erickson Nogueira/g1 Na arena de shows, muitos jovens. Alguns deles entre turmas, outros acompanhados dos pais, na intenção de presenciar o show de Matuê. Um desses jovens acompanhados dos responsáveis foi Aysha Vitória, de 15 anos, que estava acompanhada da mãe e do pai, bem colada a grade. Moradores de Campina Grande, chegaram duas horas antes do show de Matuê e, segundo a mãe, Fabiana, os pais vieram acompanhar a filha realizando um sonho. “Eu vim acompanhar ela que ela gosta, então trouxe para ver”, disse Fabiana. Aysha estava ansiosa para ouvir a canção “Máquina do Tempo”, de Matuê. O artista realizou o sonho da adolescente, cantando a música durante o show. Show do rapper Hungria no São João 2025 de Capina Grande Erickson Nogueira/g1 A noite que começou com Matuê terminou com show do estreante Hungria. O rapper trouxe para o São João de Campina Grande uma “experiência”. Durante o show, no qual ele truxe muitos sucessos da carreira, a exemplo de “Amor e Fé”, “Insônia” e “Temporal”, ele também fez questão de se entregar à apresentação. No decorrer do show, respeitou a cultura nordestina e, em um bloco especialmente introduzido para o público no Parque do Povo, cantou música do grupo Falamansa e depois fez uma mixagem com a música “Carolina”, originalmente interpretada por Luiz Gonzaga. Ainda no decorrer do show, cantou com uma fã de 5 anos, Alice, de Recife, e chegou a descer do palco para cantar próximo do público. Ao g1, antes do show, Hungria celebrou a presença do gênero musical numa festa tradicionalmente do forró - e suas variações -, e fez questão de pontuar que suas músicas trazem mensagens que dão esperança e ensinamentos para todos os públicos, principalmente os jovens, como era a maior parte da arena de shows do Parque do Povo. “É muito gratificante ver o nosso gênero musical, que não é o gênero típico da região, é muito novo o rap, o hip hop, o trap, tocar no Nordeste. E estar num palco como esse representa uma quebra de barreira, na minha opinião. Sem dúvida nenhuma abre portas para uma nova geração, isso também traz uma visibilidade que o nosso gênero musical tem uma mensagem boa a ser levada. Traz alegria, comunica muito com a juventude, que hoje vem muito carente de uma informação legal, pelo menos na minha música tento levar uma mensagem positiva, uma mensagem da minha história de vida, que muitas vezes é a história de vida de muitos jovens e que precisam escutar uma informação bacana para seguir em frente”, disse Hungria ao g1. Rap como forma de cultura e ensinamento para os jovens Hungria no São João 2025 de Campina Grande Rondinelle de Paula Muito além do ritmo marcante e das rimas envolventes, o rap se firmou como uma potente forma de expressão cultural e social. Para muitos jovens em todo o Brasil, ele se tornou mais do que entretenimento, mas virou uma forma de identidade, pertencimento e esperança. Ao traduzir realidades vividas nas periferias e apresentar novas possibilidades de futuro, o gênero conquista espaço e exerce influência significativa sobre uma geração que, muitas vezes, carece de representatividade e oportunidades. O rapper Hungria reconhece esse poder. Para ele, a música se torna mais que um meio artístico, mas também um instrumento de transformação pessoal e coletiva. “A música é uma arma, tem pessoa que não escuta o conselho do pai mas escuta uma música e muda de vida. A música é transformação”, afirmou Hungria. A consciência sobre a responsabilidade de dialogar com esse público jovem acompanha a trajetória de Hungria e de tantos outros artistas que fazem do rap um meio direto com as ruas, com os sentimentos e com as realidades muitas vezes invisibilizadas pela sociedade. Para ele, cantar é entender que cada verso pode tocar alguém que está em um momento de dúvida, de dor ou de descoberta. O artista reconhece que, ao conquistar a atenção de uma juventude que pede por referências, ele também assume o papel de formador, alguém que pode impactar comportamentos e escolhas. “É muito da hora essa comunicação de Hungria com os jovens, ao mesmo tempo que eu vejo esse público jovem crescendo, isso gera uma nova responsabilidade e uma maior responsabilidade sobre qual mensagem você está levando para uma galera tão carente de informação, de oportunidade”, completou o artista. Matuê no São João 2025 de Campina Grande Erickson Nogueira/g1 A importância do rap também se revela na forma como ele se adapta e respeita as diferentes culturas regionais. Matuê, representante do trap nacional, faz questão de valorizar suas raízes nordestinas e incorpora elementos como forró e xote em suas composições. “A gente traz muito do que é nossa raiz para dentro do som. Em ‘É Sal’ e ‘4tal’ são músicas minhas que tem influência de forró, de xote, da cadência, das melodias. E por ser um cara também nordestino faço parte dessa cultura, levo adiante, represento sempre que possível”, destacou. A influência da cultura local vai além da música, moldando também seu estilo de vida. Questionado sobre artistas nordestinos que influenciam seu trabalho, Matuê pontuou que o rapper Don L, nascido em Brasília mas que viveu quase toda a vida em Fortaleza, no Ceará, é um artista que o inspira. ✅Veja todas as notícias sobre o São João na Paraíba através do canal do g1 PB Agenda Nesta sexta-feira (27), no palco principal do São João 2025 de Campina Grande, se apresentam os artistas Nattan, Pablo, Vitor Fernandes e Luka Bass. Os shows têm início às 19h e seguem até as 3h da madrugada. Além do palco principal, o Parque do Povo também contará com apresentações de artistas locais e grupos de forró nas quatro Ilhas, nos dois Coretos e no Palco Cultural, cujas atrações começam a partir das 18h. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba

Dino

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