Nvidia e AMD vão repassar aos EUA 15% das vendas de chips à China, dizem jornais


A Nvidia (BDR: NVDC34) e a AMD (A1MD34) concordaram em repassar 15% da receita obtida com vendas de chips de inteligência artificial para a China ao governo dos Estados Unidos, em um acordo inédito para liberar exportações, segundo informações obtidas pelos jornais Wall Street Journal, Financial Times e The New York Times.
De acordo com as publicações, o acerto foi fechado após encontro, na última quarta-feira (6), entre o CEO da Nvidia, Jensen Huang, e o presidente Donald Trump. Dois dias depois, o Departamento de Comércio começou a emitir licenças para exportação do chip H20, da Nvidia, e do MI308, da AMD. As vendas desses modelos estavam suspensas desde abril por restrições de segurança.
Segundo o Financial Times, a medida estabelece um “quiproquó sem precedentes”, já que não há registro de empresas americanas pagando parte da receita para obter licenças de exportação. O valor repassado ao governo ainda não tem destinação definida. Estimativas da Bernstein apontam que a Nvidia poderia vender 1,5 milhão de unidades do H20 em 2025, gerando cerca de US$ 23 bilhões, enquanto a AMD poderia faturar US$ 800 milhões com o MI308.
O New York Times informa que o acordo pode render mais de US$ 2 bilhões ao governo americano. O H20 foi desenvolvido em 2023 para atender ao mercado chinês, após restrições impostas na gestão Biden a chips mais avançados. Apesar de menos potente que modelos de ponta, o chip é visto por especialistas em segurança como capaz de impulsionar as capacidades de IA da China, incluindo aplicações militares.
Críticos dentro e fora do governo se opuseram à liberação, alegando risco à vantagem estratégica dos EUA. “Pequim deve estar exultante ao ver Washington transformar licenças de exportação em fontes de receita”, disse Liza Tobin, ex-membro do Conselho de Segurança Nacional, ao Financial Times.
Já a Nvidia afirmou, em nota enviada ao WSJ, que “segue as regras que o governo dos EUA estabelece para nossa participação nos mercados mundiais” e reiterou que seus chips não contêm backdoors (acessos secretos) ou riscos de controle remoto.
As licenças para Nvidia e AMD foram algumas das poucas emitidas no contexto de negociações comerciais em andamento entre Washington e Pequim. O governo Trump mantém a proibição para que a China adquira chips mais avançados, mas busca que empresas americanas liderem o fornecimento de tecnologia globalmente.
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