Vereadores do Rio aprovam separação de Barra e Recreio da Zona Oeste “Raiz”


A Câmara de Vereadores do Rio aprovou na tarde desta quarta-feira (13), em votação final, a criação da nova Zona Sudoeste. A nova divisão geográfica separa a chamada Zona Oeste “Raiz” — formada por bairros como Campo Grande, Santa Cruz e Bangu — dos bairros localizados do “outro lado do túnel da Grota Funda”, que liga o Recreio dos Bandeirantes à Guaratiba.
Integram a nova Zona Sudoeste os seguintes bairros: Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca, Anil, Camorim, Cidade de Deus, Curicica, Freguesia, Gardênia Azul, Grumari, Itanhangá, Jacarepaguá, Joá, Praça Seca, Pechincha, Rio das Pedras, Tanque, Taquara, Vargem Grande, Vargem Pequena e Vila Valqueire.
A proposta foi aprovada com 31 votos favoráveis, dois contrários e quatro abstenções. A iniciativa partiu do vereador Dr. Gilberto (Solidariedade), cuja base eleitoral é Campo Grande. O texto segue agora para análise do prefeito Eduardo Paes, que adiantou que sancionará o projeto:
— Eu gosto. Acho que vou sancionar sim, eu gostei muito. Essa coisa de ficar chamando Barra e Jacarepaguá de Zona Oeste nunca colou. É bom dar um novo nome — disse Paes durante visita à Rio Innovation Week.
Com as alterações, a Zona Oeste propriamente dita passa a ser formada apenas pelos seguintes bairros: Bangu, Vila Kennedy, Deodoro, Campo dos Afonsos, Gericinó, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Padre Miguel, Realengo, Santíssimo, Senador Camará, Vila Militar, Barra de Guaratiba, Campo Grande, Cosmos, Santa Margarida, Guaratiba, Inhoaíba, Paciência, Pedra de Guaratiba, Santa Cruz, Senador Vasconcelos e Sepetiba.
Uma das consequências imediatas é que a Zona Oeste, que até então era a mais populosa da cidade, com quase 3 milhões de habitantes, passa a ter pouco mais de 1,8 milhão. Esse status agora passa a pertencer à Zona Norte, com cerca de 2,1 milhões. Ao todo, a cidade tem cerca de 6,2 milhões de moradores.
Em relação ao eleitorado, pela nova classificação, mais de 1,4 milhão de moradores de um colégio eleitoral de 4,8 milhões aptos a votar integram a nova Zona Oeste. Já a nova Zona Sudoeste fica com cerca de 485 mil eleitores.
Dr. Gilberto argumentou que o projeto teve como objetivo tirar os bairros da nova região Sudoeste de uma espécie de limbo jurídico, facilitando a obtenção de recursos públicos e a fiscalização pelo Legislativo:
— Na realidade, esses bairros da nova região Sudoeste já estavam sem qualquer demarcação de zoneamento desde que os vereadores aprovaram, em 2022, uma lei que deixou de considerá-los como Zona Oeste e não os integrou a qualquer outra região. O objetivo desse projeto é permitir uma melhor atuação dos órgãos públicos e destinação de recursos para infraestrutura. A medida só traz benefícios para a população. Não será porque esses bairros deixaram de integrar formalmente a Zona Oeste que haverá reajuste de IPTU, por exemplo — argumentou o autor do projeto.
Apenas dois vereadores votaram contra: Pedro Duarte (Novo) e Talita Galhardo (PSDB).
— Na primeira discussão, eu me abstive. Agora votei contra. Separar bairros como a Barra da Tijuca pode transmitir a falsa impressão de que os moradores das regiões mais ricas não querem mais ser da Zona Oeste. Não tem fundamento. A gente quer unir, em vez de partir mais a cidade — disse Duarte.
O vereador Paulo Messina (PL) votou favorável, mas afirmou que, na prática, nada mudará para a Zona Oeste e para a nova Zona Sudoeste.
Presidente da Associação de Moradores e Amigos da Barrinha, Cátia Regina Pereira se diz favorável à iniciativa:
— Na verdade, eu nunca me senti parte da Zona Oeste. Acho que bairros como Jacarepaguá, Barra, Barra Olímpica e Curicica têm interesses próprios e diferentes do restante da Zona Oeste propriamente dita, como Bangu, Campo Grande e Santíssimo. Acho que, dessa forma, vai melhorar a distribuição dos investimentos — opina.
Já para a aposentada Helaide Teixeira, presidente do bloco Banda da Barra, a medida não fará diferença na vida dos moradores:
— Para mim, o fato de Barra, Recreio, Vargens e Jacarepaguá integrarem a Zona Oeste ao lado de bairros como Campo Grande e Bangu não altera nada, a não ser que queiram fazer alguma benesse nessa região que não possa ser implantada lá. Moro na Barra há 40 anos e sei que tem uma turma que gostaria que a Zona Sul chegasse até a Barra, como forma de segregar a Zona Oeste. Como não é possível, criaram a Zona Sudoeste, mas as pessoas vão continuar vindo para as praias e os shoppings — diz.
The post Vereadores do Rio aprovam separação de Barra e Recreio da Zona Oeste “Raiz” appeared first on InfoMoney.