Americanas (AMER3) pede recuperação judicial


A Americanas (AMER3) formalizou na tarde desta quinta-feira (19) um pedido de recuperação judicial em R$ 43 bilhões, distribuídos em 16,3 mil credores. O caso será tratado pela 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
O escândalo contábil de R$ 20 bilhões reportado há uma semana se transformou no quarto maior pedido de recuperação judicial do país, atrás apenas da Odebrecht – atual Novonor – (R$ 80 bilhões), Oi (OIBR3) (R$ 65 bilhões) e Samarco (R$ 55 bilhões), de acordo com levantamento dos escritórios Lara Martins Advogados e Mingrone e Brandariz.
A Americanas aponta que, desde o anúncio do rombo, a empresa vem perdendo a capacidade operacional diante do rebaixamento de notas de crédito e bloqueio de recursos da empresa sob custódia de bancos.
“O que fez com que os bancos se negassem a adiantar recebíveis de cartão de crédito, operação rotineira e historicamente feita pelo grupo Americanas para capital de giro, drenando mais de R$ 3 bilhões do caixa da Companhia”, argumentou.
Na manhã desta quinta, alegou que tinha apenas R$ 800 milhões em caixa, o que não era o suficiente para manter a operação. Sobre o problema contábil, a varejista diz que “ainda é cedo para precisar o que aconteceu e quem são os efetivos responsáveis por esse infortúnio”.
A companhia diz ainda que está buscando proteger seu caixa de “danos irreversíveis”. “A atitude mostrou-se acertada, pois alguns poucos credores, sem pensar nos impactos para a coletividade, tomaram medidas precipitadas que culminaram no perigoso esvaziamento do caixa da companhia e, consequentemente, inviabilizaram a sua operação”.
Bilionários garantirão a operação
Em fato relevante após a divulgação do pedido de RJ, a Americanas afirma que há compromisso de seus acionistas de referência, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, em manter a liquidez da companhia “em patamares que permitam o bom funcionamento da operação de todas as lojas, do seu canal digital, Americanas.com, da AME e suas coligadas”.
A empresa segue afirmando que espera apoio do judiciário e dos credores para evitar um problema maior. “A Americanas é, sem receio de se estar cometendo um exagero, uma gigante nos mercados brasileiro e mundial, que precisa do apoio e da compreensão do Poder Judiciário e dos credores para superar essa crise”, argumenta a empresa.
‘Promissora’ até semana passada, diz petição
A petição aponta que não existia desconfiança sobre a qualidade de gestão da Americanas até ela mesmo divulgar o rombo contábil, que culminou na saída do então CEO Sergio Rial e do CFO Andre Covre apenas nove dias depois de assumirem os cargos.
“A operação do Grupo Americanas sempre foi saudável, tendo se mantido dessa forma até uma semana atrás […] Porém, por razões inesperadas e que abalaram toda a estrutura do grupo, as Requerentes [Americanas] viram o seu caixa e expectativas de faturamento ruírem em questão de minutos”.
(Mais informações em instantes)
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