Embraer (EMBR3) volta a citar restrições na cadeia de suprimentos, mas mantém ambicioso guidance


A Embraer (EMBR3) manteve sua ambiciosa meta (guidance) de entregas de aeronaves para este ano. O descompasso, porém, até o momento, parece visível. No 1º trimestre (1TRI23), a Embraer entregou 7 aeronaves comerciais, entretanto a meta é entregar de 65 a 70 equipamentos desse tipo em 2023.
Na aviação executiva, foram entregues 8 aeronaves no primeiro trimestre do ano. O guidance para 2023, reafirmado pela empresa na apresentação dos resultados do 1TRI23 à imprensa, na manhã desta quinta-feira (4), prevê a entrega de 120 a 130 aeronaves para esse segmento.
“As restrições da cadeia de suprimentos ainda estão presentes. Continuamos a agir para mitigar esses riscos. Temos melhorias esse ano, porém o cenário é ainda desafiador”, disse Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer, a jornalistas.
Embraer prevê melhores entregas
“Nos próximos trimestres, vislumbramos uma perspectiva melhor em termos de entregas, crescimento de receitas e rentabilidade”, garantiu o executivo, apontando perspectivas de negócios futuros, principalmente na aviação comercial e de defesa.
“O primeiro trimestre reflete a sazonalidade do setor. Esperamos maior atividade de entregas, vendas e melhores resultados nos próximos trimestres. Há várias campanhas de vendas com boas perspectivas de crescimento em 2024 e anos seguintes”, disse.
“Nós estamos totalmente comprometidos com a execução de nossos planos e estimativas para o ano”, acrescentou.
A empresa informou que há mais de 200 aeronaves em discussão de possível fechamento de negócio com potenciais clientes em diversas regiões do mundo.
Empresa esperava fluxo de caixa livre pior
A Embraer encerrou o 1TRI23 com dívida líquida de R$ 7,276 bilhões, ante R$ 5,387 bilhões no trimestre anterior. O aumento da posição de dívida líquida da companhia decorreu do fluxo de caixa livre negativo da Embraer gerado no 1TRI23.
O fluxo de caixa livre no 1TRI23 foi negativo em R$ 2,069 bilhões (US$ 399 milhões), atribuído pela empresa principalmente pela necessidade de aumento de estoque de peças e componentes para fabricação de aviões.
“Por incrível que parece o caixa foi melhor do que a gente imaginava. A gente esperava queimar mais caixa. A gente esperava US$ 500 milhões. A gente queimou US$ 400 milhões”, disse Antonio Garcia, CFO da Embraer.
“Mas isso é só o descasamento da receita e a formação de estoque. Nós estamos crescendo mais de 20% esse ano e então tem que ter material para atender 20% de demanda. Se olhar no primeiro trimestre, nós fornecemos 7 aviões na comercial e 8 na executiva. Para o volume que temos no guidance, nós fornecemos 6 a 7% da receita total do ano em três meses”, explicou o CFO.
“Então, simplesmente houve um descasamento entre o recebimento do faturamento dos nossos aviões para o material que a gente está comprando, que a gente deve recuperar nos próximos trimestres e até, por isso, mantemos nosso guindance de US$ 150 milhões positivos ou mais (para 2023 com relação ao fluxo de caixa livre)”, complementou Garcia.
“Primeiro, nos estamos crescendo a produção esse ano e vamos crescer a produção em 2024. Como o tempo de produção dos aviões é longo, mais de um ano, a gente acaba puxando material antecipadamente. Isso impacta o estoque”, disse.
Ele ressaltou o movimento estratégico devido à situação do supply chain, que continua desafiador. “O grande responsável pela subida dos estoques que acaba consumindo caixa é o ramp up de produção em 2023 e 2024”, justificou Francisco Gomes Neto na teleconferência com jornalistas.
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