Braiscompany: Justiça argentina acata pedido da defesa e coloca Antônio Ais em prisão domiciliar


Empresário paraibano estava detido na sede da Interpol em Buenos Aires desde 29 de fevereiro deste ano. Antônio Ais Neto em uma das sedes da empresa Divulgação/Braiscompany O empresário paraibano Antônio Inácio da Silva Neto (mais conhecido como Antônio Neto Ais), dono da Braiscompany, conseguiu uma autorização da Justiça da Argentina nesta terça-feira (21) para ser transferido de forma imediata para prisão domiciliar. Ele estava detido na sede da Interpol em Buenos Aires desde 29 de fevereiro deste ano, a espera da análise de um pedido de extradição por parte do Brasil, mas agora essa espera vai acontecer em casa, na companhia da esposa Fabrícia Farias Campos e dos filhos de 9 e 11 anos. De acordo com a decisão, publicada pelo Juizado Criminal e Correcional Federal da Argentina, Antônio Ais Neto não poderá sair de sua residência na Argentina em nenhum momento e deve ser monitorado para evitar assim uma tentativa de fuga. Autoridades do país foram comunicados para reforçar a segurança em portos e aeroportos. O casal Antônio e Fabrícia são condenados da Justiça do Brasil a uma pena de 88 anos e 61 anos respectivamente. Eles são considerados culpados por crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais e o levantamento é de que os prejuízos provocados contra ex-clientes cheguem à casa de R$ 1,5 bilhão. Os dois eram considerados foragidos desde fevereiro de 2023 e apenas um ano depois foram presos em território argentino, para onde fugiram. No dia seguinte à prisão, contudo, Fabrícia foi posta em prisão domiciliar para poder cuidar dos filhos. Agora, a decisão beneficia também Antônio. Veja vídeo do momento da prisão de casal dono da Braiscompany Para a decisão, a Justiça da Argentina acatou o pedido dos advogados de Antônio Ais de que ele precisava auxiliar no cuidado aos filhos. De acordo com a defesa, baseado em laudos médicos, Fabrícia Farias Campos sofre de hipertensão e de ataques de pânico, e toma medicamentos controlados para combater os problemas. Mais do que isso, alega que o quadro de saúde dela se agrava em situações de estresse. Somado a isso, o fato dos dois não possuírem uma rede de contenção domiciliar pela condição de migrantes, o que prejudicava ainda mais os cuidados das crianças. Assim, o relaxamento da prisão de Fabrício Ais para o regime domiciliar seria a "melhor medida a adotar para o resguardo dos direitos e garantias de seus filhos". Isso porque, ainda de acordo com a decisão, a saída da prisão proporciona cuidados, atenção integral e apoio emocional necessários para o adequado desenvolvimento e crescimento dos dois filhos. É destacado ainda, como justificativa, que a análise do pedido de extradição se encontra em um "estado incipiente", já que os documentos solicitados pela Justiça da Argentina para a brasileira, para analisar a questão, ainda não foram entregues pelas autoridades brasileiras. E que todo esse trâmite pode levar muito tempo ainda, o que pode influenciar de maneira negativa na vida da filha e do filho do casal. Caso Braiscompany A Braiscompany foi alvo de uma operação da Polícia Federal no dia 16 de fevereiro de 2023, que teve como objetivo combater crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. As ações da PF aconteceram na sede da empresa do 'casal Braiscompany' e em um condomínio fechado, em Campina Grande, e em João Pessoa e em São Paulo. A operação foi nomeada de Halving. A empresa, idealizada pelo casal Antônio Ais e Fabrícia Ais, era especializada em gestão de ativos digitais e soluções em tecnologia blockchain. Os investidores convertiam seu dinheiro em ativos digitais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob a gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela locação dessas criptomoedas. Além da taxa de retorno financeiro muito acima do regularmente praticado no mercado, boa parte da atração exercida pela Braiscompany está ligada à imagem de seu fundador, Antônio Inácio da Silva Neto. Ele adotou suas três primeiras iniciais como sobrenome e se apresenta como Antônio Neto Ais. O empresário mantinha um Instagram com fotos bem produzidas, registros ao lado de celebridades e vídeos motivacionais. Quando o golpe estourou, sua rede social registrava 900 mil seguidores, que consumiam conteúdo sobre uma vida de luxo e sucesso individual. No dia 13 de fevereiro de 2024, o juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande, Vinícius Costa Vidor, publicou sentenças do processo que apura o esquema de fraudes na Braiscompany. Foram condenados o 'casal Braiscompany', Antônio Inácio da Silva Neto (88 anos e 7 meses) e Fabrícia Farias (61 anos e 11 meses), além de outros 9 réus e um montante a ser reparado de R$ 277 milhões em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em dano coletivo. Confira os nomes e penas: Antônio Inácio da Silva Neto – 88 anos e 7 meses Fabrícia Farias – 61 anos e 11 meses Mizael Moreira da Silva – 19 anos e 6 meses Sabrina Mikaelle Lacerda Lima – 26 anos Arthur Barbosa da Silva – 5 anos e 11 meses Flávia Farias Campos – 10 anos e 6 meses Fernanda Farias Campos – 8 anos e 9 meses Clélio Fernando Cabral do Ó – 19 anos Gesana Rayane Silva – 14 anos e 6 meses Deyverson Rocha Serafim – 5 anos Felipe Guilherme de Souza - 18 anos Vídeos mais assistidos da Paraíba

Dino

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