Pernambuco lança programa para plantar 4 milhões de árvores na Mata Atlântica e na Caatinga até 2026
Segundo governo do estado, iniciativa vai reflorestar área três vezes maior do que o bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Anúncio foi feito nesta quarta (5), Dia do Meio Ambiente. Raquel Lyra fala sobre programa de reflorestamento na Mata Atlântica e na Caatinga O governo de Pernambuco lançou um programa de reflorestamento que tem como meta plantar, nos próximos dois anos, 4 milhões de árvores nativas em regiões da Mata Atlântica e da Caatinga (veja vídeo acima). Segundo a gestão estadual, a iniciativa vai reflorestar uma área de 2,4 mil hectares, espaço que corresponde a três vezes o tamanho do bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Além disso, foram lançados um aplicativo para a população ajudar no plantio e um edital de R$ 4 milhões para selecionar propostas que ajudem a reduzir os impactos das mudanças climáticas (saiba mais abaixo). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PE no WhatsApp. A ação aconteceu nesta quarta-feira (5), data em que é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, durante evento no Cais do Sertão, no Bairro do Recife. Serão investidos R$ 150 milhões no projeto, intitulado "Movimento Plantar Juntos". "Vamos trabalhar, pela primeira vez, um projeto de regeneração do bioma Caatinga. Vamos trabalhar também muito fortemente com a Mata Atlântica, fazendo recomposição de mata ciliar para que Pernambuco possa colaborar com a redução do aumento da temperatura no mundo e transformando nosso estado em mais resiliente às mudanças climáticas", declarou a governadora Raquel Lyra (PSDB). De acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha (Semas), a iniciativa será realizada em duas etapas: a primeira, na Caatinga, e a segunda, na Mata Atlântica, incluindo áreas urbanas. Com isso, a expectativa é ampliar em 40% o número de unidades de conservação na Caatinga, medida considerada fundamental por especialistas para reduzir o desmatamento no bioma. O programa é dividido em dois formatos, funcionando da seguinte forma: No primeiro formato, o governo contrata, por meio de um chamamento público, entidades da sociedade civil especializadas em recuperação ambiental para o plantio de 3,5 milhões de mudas; Serão aplicados R$ 120 milhões dos cofres estaduais e mais R$ 30 milhões, repassados pelo programa Floresta Viva Caatinga do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); No segundo formato, serão plantadas 500 mil mudas por meio de parcerias com órgãos estaduais, prefeituras e empresas. Pernambuco tem 1 milhão de pessoas vivendo em áreas vulneráveis a eventos climáticos extremos, diz estudo Aplicativo e edital Além do reflorestamento, o governo do estado lançou o aplicativo "Plantar Juntos", que pode ser usado pela população para plantar e acompanhar o crescimento das árvores. Na ferramenta, desenvolvida por meio de convênio com a Universidade de Pernambuco (UPE), o usuário faz um cadastro, dá um nome à muda que será plantada e tira uma foto, podendo acompanhar o crescimento dela. "A gente precisa fazer com que a árvore de pé valha mais que a árvore no chão. O governo do estado já tinha feito as contas e tinha capacidade de fazer sozinho. Por mais que a gente pudesse, essa não era a intenção. A nossa estratégia passa pela sociedade civil para plantar juntos", afirmou a secretária de Meio Ambiente, Ana Luiza Ferreira. LEIA TAMBÉM Apenas 2,65% da Caatinga de Pernambuco estão em área de preservação integral A gestão estadual anunciou ainda a publicação do edital "IPECTI: Cidades Inteligentes e Resilientes", que vai selecionar propostas de soluções para reduzir os impactos da crise climática. O documento prevê a destinação de R$ 4 milhões em verbas de fomento, com inscrições abertas até 15 de julho. Podem participar pesquisadores, que vão apresentar os projetos para a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). "O objetivo do edital é incentivar que a academia traga soluções para o governo. Às vezes a solução já está lá, só precisa do incentivo. (...) A gente sabe que o Recife é uma cidade extremamente vulnerável e que o nosso estado tem algumas questões muito graves na área de meio ambiente. Então, a academia tem como contribuir com soluções e é isso que a gente está fazendo com o edital”, disse a secretária de Ciência e Tecnologia, Mauricélia Vidal Montenegro. Planta nativa da Caatinga, Xique-Xique chama a atenção na Estação Ecológica Serra da Canoa Caroline Rangel/TV Globo VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias