Polícia apreende onze relógios ‘Rolex’ em apenas um local e considera foragido um dos alvos de operação que prendeu Deolane Bezerra


Operação 'Integration' cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em seis estados e apreendeu objetos de luxo, como aeronaves, carros e joias. Polícia pediu bloqueio de R$ 2,1 bilhões de vários alvos. Chefe da Polícia Civil de Pernambuco fala sobre bens apreendidos em operação que prendeu Deolane Bezerra Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, a operação "Integration" — contra lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais, é realizada seis estados. Segundo a corporação, somente num local foram encontrados 11 relógios da marca de luxo "Rolex". Um dos alvos já é considerado foragido da Justiça. Além de Pernambuco, Paraíba, São Paulo, Paraná e Goiás, a ação foi estendida para o estado de Minas Gerais. Detalhes da investigação foram repassados em coletiva de imprensa realizada pela corporação, nesta quarta-feira (4). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PE no WhatsApp Durante a operação, foi presa a advogada e influenciadora Deolane Bezerra. A mãe dela, Solange Bezerra, também foi detida, passou mal e foi levada de ambulância para o Hospital Português. Também foi cumprido mandado de busca e apreensão num apartamento no bairro de Boa Viagem, no apartamento do empresário Darwin Henrique da Silva Filho, da empresa Esportes da Sorte. Os nomes dos demais alvos não foram divulgados. "Os mandados estão sendo cumpridos e não vamos falar de alvos agora. Foram 19 mandados de prisão expedidos e 24 de busca e apreensão sendo cumpridos hoje. Foram apreendidos dezenas de imóveis, embarcações, veículos, valores e objetos. Só numa apreensão foram 11 relógios da marca Rolex", disse o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Renato Márcio Rocha Leite. Na entrevista coletiva, a Polícia Civil de Pernambuco não explicou qual é a ligação de Deolane Bezerra com o suposto esquema, nem detalhou como atua a organização criminosa investigada. O delegado disse que a operação mira uma organização que faz lavagem de dinheiro de recursos provenientes de jogos ilegais. Ele não explicou, porém, que jogos são esses, não deu os nomes das pessoas e empresas investigadas, nem detalhou como ocorre a lavagem de dinheiro. Renato Rocha explicou que é uma operação de "grande vulto" e que há uma solicitação de bloqueio de R$ 2,1 bilhões em bens de vários alvos. Esta é a terceira fase da operação. "Só daqui a 24 a 48 horas a gente vai ter a confirmação do bloqueio ou não desses bens. [...] A investigação começou com a apreensão, em dezembro de 2022, de R$ 180 mil. É basicamente voltada a um esquema de lavagem de dinheiro; daí a própria denominação da operação. A lavagem de dinheiro é dividida em três fases: a colocação, a ocultação e integração do dinheiro ao patrimônio dessas pessoas envolvidas", detalhou o delegado. O policial também falou que a população precisa se conscientizar que, apesar de serem empresas legalizadas, as "bets" são jogos e o jogo pode causar o vício, que "está levando algumas famílias a terem certa dificuldade financeira". "Houve uma restrição patrimonial forte. A gente acredita que nos próximos dias poderemos mensurar essa restrição e isso pode impactar na funcionalidade das empresas. Ainda não temos a quantidade de mandados cumpridos, mas sabemos que pelo menos um está foragido", complementou Márcio Rocha, durante entrevista coletiva na sede da Polícia Civil de Pernambuco. Policial separa cédulas de dinheiro apreendido durante operação 'Integration', que investiga lavagem de dinheiro e jogos ilegais em cinco estados Polícia Civil Prisões e apreensão de objetos de luxo Deolane Bezerra foi presa num hotel no bairro de São José, na região central do Recife. A empresária foi levada para o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), em Afogados, na Zona Oeste na cidade. Uma das empresas que está sendo investigada pela operação é a plataforma de apostas online Esportes da Sorte, que patrocina times de futebol como o Corinthians, Athletico-PR, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Ceará, Náutico e Santa Cruz. Além do pedido de bloqueio de mais de R$ 2,1 bilhões, foi determinada a entrega de passaporte, a suspensão do porte de arma de fogo e o cancelamento do registro de arma de fogo de envolvidos no esquema, que não tiveram os nomes divulgados. Entre os bens apreendidos estão: Dois helicópteros Um avião Carros de luxo, sendo um na mansão de Deolane Bezerra, em São Paulo Embarcações Imóveis Joias Notas de dinheiro em euro e dólar Bolsas de luxo Garrafas de vinho avaliadas em torno de R$ 5 mil cada uma LEIA TAMBÉM: Deolane Bezerra passava fim de semana com a família em Pernambuco Aeronaves, carros de luxo, joias e vinhos de R$ 5 mil: veja itens apreendidos Advogados dizem que influenciadora está à disposição para 'esclarecer todos os fatos' Gusttavo Lima tem avião apreendido em operação contra esquema de jogos ilegais O que disseram os citados O escritório da advogada Adélia Soares, que defende Deolane e Solange, publicou uma nota nas redes sociais em que diz que a investigação é sigilosa e que a divulgação de detalhes específicos do processo "não só desrespeita o direito à privacidade da investigada, como também pode configurar violação de segredo de Justiça, sujeitando os responsáveis às devidas sanções legais". "Ressaltamos que a Dr. Deolane Bezerra tem plena confiança na Justiça e permanece à disposição para colaborar com as autoridades competentes, de modo a esclarecer todos os fatos. Além disso, informamos que o corpo jurídico da Dra. Deolane já está tomando todas as providências cabíveis para garantir o respeito ao sigilo processual e para responsabilizar aqueles que, porventura, estejam divulgando informações inverídicas ou confidenciais de forma indevida", diz a nota. Nas redes sociais, a irmã de Deolane, Dayanne Bezerra, disse que a irmã e a mãe são inocentes. "Mais uma vez, venho aqui por minha cara a bater e falar que estamos sendo perseguidas. E que vamos provar a nossa inocência, custe o que custar. Espero que não venham especular e que não me perguntem nada. O que eu tinha para dizer, está dito aqui. E se eu tiver alguma atualização, eu venho falar, porque nós não temos vergonha e nós não devemos nada", disse a irmã. Por meio de nota, a Esportes da Sorte informou que ainda não teve acesso à decisão judicial que autorizou busca e apreensão na sede e afirmou que, desde março de 2023, "tem prestado todos os esclarecimentos necessários nos autos do inquérito policial em curso, através de diversas petições e documentos apresentados pelo escritório Rigueira, Amorim, Caribé e Leitão". A empresa disse que as atividades que desempenha cumprem "rigorosamente" as leis, "com excelência jurídico-regulatória e acompanhamento de auditoria independente e sistema de compliance". "A operação policial será impugnada perante o Juízo competente, demonstrando-se que houve interpretação precipitada e equivocada dos fatos apurados, sem qualquer análise ou consideração dos argumentos já apresentados. Tanto é assim que a autoridade policial não apreendeu qualquer objeto, documento ou equipamento na sede da empresa", informou a nota. O advogado do dono da Esportes da Sorte, Pedro Avelino, disse em entrevista que ainda precisa entender o contexto da operação. "O que aconteceu hoje foi um cumprimento de um mandado de busca e apreensão. A gente vai se habilitar dentro dessa representação para entender todo o contexto. É importante registrar que a gente já se colocou à disposição da autoridade policial há mais de um ano e meio. Então a gente acha estranho virem medidas tão gravosas como mandado de prisão, mandado de busca e apreensão, quando a gente desde o início da investigação vem cooperando com a polícia", disse o advogado. Joias e dinheiro foram apreendidos em operação que prendeu influenciadora Deolane Bezerra VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias