Coluna do Domingão

Envolvimento de líderes evangélicos com políticos desagradam fiéis

Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a igreja evangélica segue crescendo no Brasil — mas em um ritmo mais lento do que o esperado.⁠

Isso reflete fatores como a insatisfação de jovens de famílias evangélicas, a reação da Igreja Católica e o desencanto de uma parcela dos fiéis com o forte envolvimento político de algumas lideranças religiosas evangélicas nos últimos anos.⁠

Essa é a avaliação da cientista política Ana Carolina Evangelista, diretora-executiva do Instituto de Estudos da Religião (ISER), que falou à BBC News Brasil após a divulgação dos dados pelo IBGE esta semana.

“Os dados mostram que os evangélicos seguem, sim, crescendo e que esse crescimento é muito significativo, mas ele é um pouco — bem pouco — mais lento do que no Censo passado.”⁠

“A forte presença recente e crescente na política, na cultura e o debate público hiper focado nos evangélicos desde 2010, especialmente, levou muitos a supor que esse crescimento na última década seria vertiginoso.”⁠

“Existia essa expectativa. Mas isso não significa que isso seria automaticamente transportado para os números, porque estatisticamente não é assim que acontece.”⁠

Ela acrescenta: “Esse Censo também mostra, assim como já mostravam os dois censos anteriores, que cresce a diversidade religiosa no Brasil.”⁠

“Crescem os sem religião, seguem crescendo outras religiões, cresce significativamente proporcionalmente as religiões de matriz africana. Portanto, analisar a diminuição de ritmo do continuado crescimento evangélico tem que ser feito à luz de tudo isso”⁠, diz.

Ela diz que é facil identificar a partir de indícios em pesquisas qualitativas e observação empírica que começa a existir uma espécie de desgaste de um tipo de cristianismo entre os próprios evangélicos.

“Há um excesso de política nas igrejas e nos púlpitos evangélicos que faz com que algumas pessoas não se reconheçam mais necessariamente em suas lideranças religiosas, seja pelo perfil delas ou pelas pautas que elas têm defendido publicamente, e que acabam excluindo seus próprios membros”.

⁠Faz muito sentido.  E isso não tem relação com a fé das pessoas.  Pastores evangélicos de denominações não históricas tem feito os fiéis de massa de manobra da política.  Nomes como Silas Malafaia, Edir Macedo,  RR Soares, Valdomiro Santiago e outros usaram seus templos para um projeto de dominação e poder a partir do direcionamento de fiéis. Aos poucos, parte da comunidade evangélica está percebendo para onde está sendo levada. O pior, ajudam muitas vezes a eleger políticos com zero identificação com o que defendem na pauta ultra conservadora de costumes. A pesquisadora deixa evidente que a comunidade evangélica também pode estar começando a perceber isso.

Atendendo a promotora

A Promotora de Justiça Rita Coelho Colaço Dias emitiu recomendação ao presidente da Câmara de São José do Egito, Romerinho Dantas, solicitando a exoneração da advogada Hérica Nunes da assessoria jurídica da Câmara. A promotora entende que ela deveria ser exonerada por ser irmã do vereador Albérico Tiago (nepotismo) e além ser presidente da OAB, não podendo acumular a função com nenhum outro cargo público.  O presidente da Câmara atendeu a recomendação.

Ingratidão

Socialistas do Pajeú tratam como traição e ingratidão a disposição de Flávio Marques em apoiar a governadora Raquel Lyra, mesmo que por hora no debate interno do PT. Alegam o apoio político e até jurídico para ajudar Flávio a recuperar seus direitos políticos,  além do apoio de nomes como o ex-deputado José Patriota ao longo de sua trajetória política.

Além da queda, o coice

Advogados independentes que acompanham o desenrolar da ação por fraude à cota de gênero contra o União Brasil dão como certa a queda da chapa do partido e nova formatação da Casa.  O depoimento cabal foi da candidata Diolinda Marques,  ao declarar que “não gosta, não entende e não se envolve em política, mas aceitou participar, única e exclusivamente, para preencher a vaga feminina do União Brasil a pedido de seu marido, Américo Barros”.

Alavantú

O vice-prefeito Daniel Valadares disse em uma das noites do projeto Arraial do Meu Bairro, que uma pesquisa interna indicou a aprovação do governo Sandrinho “por quase 70% da população”. Levando a matemática pra política, “quase 70%” é o espaço entre 66% e 69%. Daniel defendeu e Sandrinho voltou a destacar a entrega de uma ação por semana.

Anarriê

Um dos personagens da semana,  o vereador Zé Negão disse que, na Rádio Pajeú,  a aprovação média da gestão Sandrinho foi de 55%. “Eles não tem mais o que prometer e não cumprir à população. O povo já quer uma mudança que o PSB chegou no limite”.

65%

A prefeita Pollyanna Abreu citou no LW Cast uma pesquisa que coloca sua gestão com aprovação de 65%. A forte polarização na campanha entre ela e o grupo de Ângelo Ferreira,  que apoiou Rita Rodrigues,  é tida como uma das causas para ela ainda não ter rompido a casa dos 70%. Ela diz que, apesar da polarização,  tem atuado para mostrar ser prefeita de quem votou e de quem não votou.

Ainda é pouco

Com o suporte de Márcia Conrado,  Breno Araújo tem buscado apoios para seu projeto estadual. Fechou com George Freitas (Paulista), Zan Lucena (Brejinho), Eliete do Icó e empresários de Santa Cruz da Baixa Verde,  Jeferson Pipi e Ubirajara Lima, de Tacaratu. Quem faz conta sobre viabilidade eleitoral diz que ainda falta muito para tratar o projeto como viável. Quem defende pede calma e diz que “é só o começo”, mesmo em um campo minado de nomes na disputa. A conferir…

Cadê juízo 

Merecem o troféu “O Juízo é Pouco” os brasileiros que integraram uma comitiva para Israel,  sem considerar as tensões internacionais em meio ao país de Benjamin Netanyahu: Marcos Rocha (Governador de Rondônia), Álvaro Damião (União Brasil) – prefeito de Belo Horizonte (MG), Cícero de Lucena Filho (PP) – prefeito de João Pessoa (PB) e cia. São 41 no total.

Frase da semana:

“Queria convidar o senhor pra ser meu vice em 2026”.

De Jair Bolsonaro na arregada frente a frente com Alexandre de Moraes.

Nathalia Kuhl

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